7.10.2006

'quero morrer' pelos ressentimentos do medo de um recomeço...

O mundo cansou de pensar no seu fim. Respirou. Descansou. Pensou. Viu que um dia todos morrem. O que vem depois da morte? Isso me assusta! Como vou morrer? Isso me assusta! Tenho medo do medo, sim é verdade, quem não tem? Pessoas suicidas talvez não tenham, mas todos nós temos o momento ‘quero morrer’ presente em nossas vidas. Ele aparece quando idiotamente corremos atrás da pessoa errada, ou certa (mas de uma maneira estúpida e humilhante). Ele aparece quando levamos o maior ‘pé na bunda’ de alguém que nos importávamos e até então achamos que também se importava conosco. Então vemos que o momento ‘quero morrer’ surge quando fracassamos em algo, quando fracassamos na nossa corrida em busca da felicidade (já explicada em termos em outra história). Fracassamos porque somos fracos. Somos fracos porque demoramos demais pra levantarmos após uma queda. Demoramos porque nos enchemos de ressentimentos e não nos incomodamos de ficar remoendo histórias que deviam ser removidas de nossas vidas. Como o ex-namorado, a demissão do último emprego, o dia em que você caiu na frente de todo mundo na balada. O que os outros pensaram de você? Essa pergunta é no mínimo tendenciosa. Tendenciosa a mediocridade. Deveríamos nos perguntar o que nós pensamos de nós mesmos. Deveríamos nos preocupar com nossa vida. O que eu vou fazer hoje? Qual a conseqüência se eu beber demasiadamente? De que adianta sair e me culpar no outro dia por coisas que fiz contra mim, só para aparentar estar mais simpática na frente dos outros. Que outros? Porque são tão importantes? Porque te influenciam? Sociedade egoísta... só se preocupa com o contexto... e o individual? E você? Você só surge quando pensa de uma maneira singular. Quando se dá voz e quer se fazer ouvir. Você devia pensar em como pode ser melhor. Seres melhores são aqueles que aprendem a andar com as próprias pernas e respirar com os próprios pulmões. Seres que pensam em suas atitudes em pró de sua única e própria qualidade de vida. Não em como subirem à custa dos outros, mas em como serem grandes através do árduo e duro caminho trilhado por ele mesmo. Pensando em como fazer melhor a sua parte, deixando de lado a preocupação se o outro está fazendo a sua parte. O sentimento ‘quero morrer’ surge do medo de fracassar. Do medo de fracassar de ser você mesmo, completo, auto-suficiente, embora eu ache que ninguém seja auto-suficiente. Quando falo caminhar com as próprias pernas, não quero dizer que a pessoa irá passar o resto da vida caminhando sozinho em meio a um deserto, sem entrar em contato com mais ninguém. Mas a pessoa se preocupará em fazer o seu, em ser ela mesma, para a partir daí trazer pessoas que tenham algo em comum com ela. Alguém singular e não construída através do que os outros querem que ela seja. Cheia de ressentimentos por uma única vezes, apenas uma, ter tentado ser uma pessoa única e não ter sido aceita. Cheia de ressentimentos porque não a aceitaram quando ela quis ser o que eles queriam que ela fosse. Quando foi o que ele pediu que ela fosse.

* Chorou então como uma menina pequena. Desesperada com seu fracasso. Sentiu-se sozinha, não teve a aprovação que achou que teria. Não foi feliz com seu amor, não foi útil no trabalho, suas idéias não foram tão grandes quanto achou que seria, não causaram o impacto que ela achou que causaria. Chorou ao invés de procurar se melhorar, ao invés de tentar refazer tudo desde o começo, de apagar todos os erros e apenas recomeçar. *

Para esquecermos de um fracasso, de um sentimento ‘quero morrer’, devemos deixar de ressentir as coisas que já passaram e olharmos para frente, procurando sempre um novo caminho, a fim de criar um futuro completamente novo a altura do que sonhamos, e procuramos.

Um comentário:

Lu disse...

Ela sempre pensou que seria feliz quando se "encaixasse" naquele mundo. Esforçou-se, trilhou caminhos a seguir e metas a cumprir. Fez do feio, bela e do desajeitado, hábil. Transformou o carinho em resignação e a vontade em conformidade. Conquistou seu espaço naquele mundo em que tanto queria entrar. Mas pra quê? Aquele mundo não É o mundo dela e nele ela não é feliz. Resta a ela procurar um novo mundo, no qual ela possa se encaixar NATURALMENTE, sem precisar ser bela ou hábil e podendo ser quem ela é, carinhosa e cheia de vontade. E pra isso estamos aqui. Eu estou aqui. Rumo a um mundo novo, amiga!